domingo, 22 de janeiro de 2017

Jethro Tull

Por Gilberto Moreira da Silva

De onde surgiu a ideia por traz do nome Jetrho Tull? Qual o estilo de sua música? Quantos discos já lançaram? Estas e outras respostas aqui em uma resenha especial sobre esta lendária banda inglesa de rock progressivo, contemporâneo e lírico.

Jethro Tull foi uma banda de rock formada em Blackpool, Inglaterra, em 1967. Sua música é caracterizada pelas letras, o estilo vocal cheio de maneirismos e o trabalho único na flauta de seu líder Ian Anderson, além de uma complexa e pouco usual construção musical. Inicialmente calcado no estilo blues rock, o Jethro Tull acabou por incorporar a seu som elementos de música clássica, folk, jazz, hard rock e art rock.





A banda vendeu mais de 60 milhões de discos ao redor do mundo. A banda chegou a um ponto de hiato em 2011, quando Ian Anderson buscou realizar projetos solos (que desembocaram nos álbuns “Thick as a Brick 2” e “Homo Erraticus”), fazendo o guitarrista Martin Barre também procurar carreira solo (lançando um álbum de compilação e outro de estúdio intitulado "Away With Words”). Ian Anderson disse em entrevista que a banda chegou ao fim e declarou que "Jethro Tull é história"
A origem do nome da banda vem do nome de um fazendeiro inglês que inventou uma técnica agrícola nova no século XVIII que deu origem ao arado de hoje. A banda vivia mudando de nome a cada show (Navy Blue, Bag of Blues, Ian Henderson's Bag of Blues) até começaram a dar sorte com o nome Jethro Tull. Assim nascia a lenda, formada por Ian Anderson: vocais, flauta, gaita, piano; Mick Abrahams: vocais, guitarra; Clive Bunker: bateria e; Glenn Cornick: baixo.
“This Was”, 1968, é o álbum de estreia. Gravado ao custo de apenas 1.200 libras, o álbum foi definitivamente o trabalho de amadores no cenário rock. Vendeu relativamente bem e recebeu críticas favoráveis pouco após seu lançamento, representando uma espécie de prévia do som posterior desenvolvido pela banda. Ao contrário dos álbuns seguintes, o vocalista Ian Anderson divide aqui os créditos de composição com o guitarrista Mick Abrahams.
O som do álbum no geral tende mais a uma pegada rhythm and blues do que o rock progressivo pelo qual o Tull se tornou conhecido. Abrahams deixou o grupo após o lançamento deste álbum.


Martin Barre foi contratado como o novo guitarrista. Barre se tornaria o segundo integrante mais antigo da banda depois de Anderson. Esta nova formação lançou “Stand Up” em 1969.


Composto inteiramente por Anderson (com exceção de "Bouree", uma bela releitura de Johann Sebastian Bach, aqui adaptada para um formato jazzístico), demonstrava o abandono do blues em favor do nascente estilo progressivo, então em desenvolvimento por grupos como King Crimson, The Nice e Yes.


Em 1970 eles adicionaram o tecladista John Evan, embora tecnicamente ele fosse apenas um músico convidado, e lançaram o álbum “Benefit”.
O baixista Cornick foi demitido após as turnês de divulgação do álbum Benefit, sendo substituído por Jeffrey Hammond-Hammond, e esta formação lançaria em 1971 o trabalho mais conhecido da carreira do Tull: “Aqualung”.


O álbum “Aqualung” uma combinação de rock pesado focado em temas como párias sociais e cultos religiosos mesclados a experimentos acústicos sobre a vida mundana do cotidiano. “Aqualung” é um dos álbuns mais influentes da história da música, tanto dentro do rock progressivo quanto dos outros gêneros, como o Heavy Metal - de fato, o álbum é um dos preferidos de Steve Harris, fundador da banda Iron Maiden.
Aqualung chegou à 7ª colocação das paradas de álbuns pop da Billboard. O single "Hymn 43" ficou em 91° lugar nas paradas de singles pop da mesma publicação.


O primeiro lado do LP contém uma série de temas com seis personagens, incluindo indivíduos de reputação questionável (o personagem-título "Aqualung" e "Cross-Eyed Mary") e duas passagens autobiográficas, incluindo "Cheap Day Return", composta por Ian Anderson quando retornava de uma visita a seu pai, então seriamente doente. A mensagem contida nas letras do lado-B são em geral descritas como "pró-Deus, mas antiigreja", e afirmam que a religião organizada pode na verdade restringir o relacionamento de uma pessoa com seu Deus, ao invés de melhorá-lo.


Em uma entrevista lançada em Aqualung Live (2005) Anderson refutou as especulações de que este seria um álbum conceitual. Aqualung está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.


Quem saiu em seguida foi o baterista Bunker, substituído por Barriemore Barlow, e o álbum de 1972 da banda foi “Thick as a Brick”. Trata-se de um álbum conceitual consistindo de uma única longa música separada entre os dois lados do LP, com um número de movimentos integrados e alguns temas repetidos. Este álbum é tido como um dos mais elaborados da banda, sendo considerado uma obra prima do rock progressivo. O quinteto deste álbum - Anderson, Barre, Evan, Hammond-Hammond e Barlow - foi a formação mais duradoura do Tull, permanecendo a mesma até 1975.


1972 também viu o lançamento de Living in the Past, um álbum duplo compilando os compactos, lados-B e sobras de estúdio da banda, com um dos lados sendo gravado ao vivo em 1970.
Com exceção das faixas ao vivo, esse é considerado pela maioria dos fãs do Tull como o seu melhor lançamento. A faixa título foi um dos compactos de maior sucesso do grupo.



Em 1973 a banda tentou gravar um álbum duplo (exilada em Chateau d'Herouville para se livrar dos impostos, o mesmo que os Rolling Stones e Elton John, entre outros, estavam fazendo na época), mas, supostamente insatisfeitos com a qualidade do estúdio, abandonaram o projeto. Ao invés disso gravaram rapidamente e lançaram “A Passion Play”, outro álbum conceitual de uma só música, com letras bastante alegóricas.


Depois de anos de popularidade crescente para a banda, “A Passion Play” vendeu relativamente bem mas acabou recebendo diversas críticas negativas. Até então Anderson tinha um relacionamento amigável com a imprensa de rock, mas este álbum acabou marcando um ponto de transição para o Tull. Sua unanimidade entre os críticos diminuiu, seguida pelo declínio de popularidade entre o público.
“War Child” (1974), contudo, recebeu críticas favoráveis, e produziu o sucesso "Bungle in the Jungle". Também traz uma certa canção, "Only Solitaire", supostamente dirigida a um compositor que estava entre os mais árduos críticos de Anderson.



Em 1975 a banda lançou “Minstrel in the Gallery”, um álbum que lembrava “Aqualung” em seu trabalho bombástico encabeçado pela guitarra de Barre em contraste às peças acústicas mais leves. Depois desse álbum, Hammond-Hammond saiu da banda, sendo substituído por John Glascock.


A banda teve longos flertes com os roqueiros folk do Steeleye Span. Embora não formalmente considerada como parte do movimento folk-rock (que na verdade começou quase uma década antes com o advento do Fairport Convention), havia claramente várias trocas de idéias musicais entre o Tull e os roqueiros folk. Durante esta época, David Palmer, que havia feito alguns arranjos de cordas nos primeiros álbuns do Tull, entrou oficialmente para a banda, tocando principalmente teclado.
O baixista Glascock morreu em 1979 depois de uma cirurgia no coração, e “Stormwatch” teve de ser finalizado sem ele (Anderson foi o baixista em algumas das faixas). Ian decide então gravar seu primeiro disco solo. É o décimo segundo álbum de estúdio da banda - o terceiro em uma trilogia de álbuns mixando harmonias folk bretãs com a música rock mais convencional. O álbum lida com a deterioração do meio ambiente, prevendo um futuro apocalíptico caso a humanidade não abandone seu fanatismo pelo desenvolvimento econômico e cuide melhor da natureza. De fato, é o último estágio do pessimismo crescente após a esperança em “Songs from the Wood” e a visão obscurantista de “Heavy Horses”.


Por pressão da gravadora, Anderson lançou seu disco solo como um álbum do Tull em 1980. Intitulado “A”, apresentava Barre na guitarra, Dave Pegg no baixo e Mark Craney na bateria. Com uma pegada mais eletrônica, trazida pelo tecladista convidado Eddie Jobson, soava e parecia completamente diferente de tudo lançado pelo Tull até então.
Craney debandou após a turnê de “A” e o Tull entrou em um período de trocas frequentes de baterista (principalmente entre Gerry Conway e Doane Perry).

Peter-John Vettese substituiu Jobson nos teclados e a banda retornou ao som folk - embora com sintetizadores - lançando The Broadsword and the Beast em 1982. 1981 marcou o primeiro ano na história do grupo em que eles não lançaram um álbum.

Em 1984 o Jethro Tull lançou “Under Wraps”, um álbum fortemente calcado no eletrônico. Embora a banda estivesse supostamente orgulhosa do som, o disco não foi bem recebido e como resultado disso (ou do problema de garganta adquirido por Anderson cantando as músicas de “Under Wraps” na turnê do disco, ou por ambos os motivos), o Tull entrou em um hiato de três anos durante os quais Ian começou uma bem sucedida carreira de criador de salmão.

O Tull voltou mais forte do que se poderia esperar com “Crest of a Knave, em 1987”. Com a ausência de Vettese (Anderson contribuiu com a programação dos sintetizadores) e se firmando mais na guitarra de Barre como não acontecia desde os anos 1970, o álbum acabou sendo um sucesso de crítica e de vendas.

Eles ganhariam um Grammy em 1989 como melhor "Performance de Rock Pesado/Metal", derrotando os favoritos Metallica. O prêmio foi particularmente controverso pois muitos não consideram o Jethro Tull como uma banda de rock pesado, muito menos de heavy metal.



Desde então a banda têm lançado uma variedade de álbuns de estilo similiar à “Crest”, mas também incorporando mais influências folk. Seguiram-se os álbuns “Rock Island” (1989).

O último álbum de estúdio lançado por Jethro Tul intitulou-se“The Jethro Tull Christmas Album” (2003).
Também foram lançados vários álbuns ao vivo sendo o mais notável “A Little Light Music”, de 1992, um álbum em grande parte acústico que foi bem recebido pelos fãs devido à suas versões diferentes de muitas composições antigas.
Anderson lançou vários discos solo desde o começo dos anos 1980 e nos anos 1990. Barre, seu fiel escudeiro até o fim da banda, também deu início a uma carreira solo. Anderson e Barre permaneceram como o centro da banda (Pegg finalmente saiu em 1995, sendo substituído por Jonathan Noyce). Em 1996 uma combinação de artistas de rock progressivo lançaram um tributo ao Tull, “To Cry You a Song”, que incluía contribuições de diversos ex-integrantes da banda.


A banda entrou no século XXI e continua a lançar álbuns inéditos com o passar dos anos. Neste princípio dos anos 2000 Jethro Tull lançou "A Christmas Album" e os principais integrantes da banda - Martin Barre e Ian Anderson - também lançaram álbuns solos em 2003.
O início da primeira década viu Jethro Tull entrar em hiato e posteriormente virar história. Atualmente Ian Anderson e Martin Barre seguem carreiras solos, e a banda Jethro Tull é, segundo seu próprio criador, história. De 1968 a 2011 foram 21 álbuns de estúdio, 9 álbuns ao vivo, 14 álbuns de compilações, 4 Extended Play (EP), 32 singles e 11 álbuns de vídeo.
Espero galera que a missão esteja devidamente cumprida e que todos agora possam entender porque esta banda é considerada uma das mias promissoras do estilo progressivo e porque é apropriadamente denominada de “rock progressivo, contemporâneo e lírico.



“Too Old to Rock And Roll, Too Young to Die!”, de 1976, foi outro álbum conceitual, desta vez sobre a vida de um roqueiro de meia idade. Anderson, atormentado pelas críticas (particularmente as de “A Passion Play”), respondeu com mais versos afiados. A imprensa pareceu não perceber a alfinetada, e ao invés disso quis saber se o título do álbum era autobiográfico - uma acusação que Anderson negou veementemente.



A banda fechou a década de 70 com um trio de álbuns de folk rock, “Songs from the Wood” (1977), “Heavy Horses” (1978) e “Stormwatch” (1979). “Songs from the Wood” foi o primeiro álbum do Tull a receber críticas na maioria positivas desde a época de “Benefit” e “Living in the Past”.


“Heavy Horses”, por sua vez, foi amplamente aclamado pela crítica. Os detalhes técnicos da produção são admiráveis por sua construção musical única. O álbum mescla o folk com o art rock sem deixar de lado a força da guitarra de Barre. Na faixa título “Heavy Horses”, posteriores aos detalhes acústicos das primeiras estrofes, o uso de violino por David Palmer com a sutileza da flauta de Ian Anderson, fazem uma crescente e admirável condução da canção. Neste álbum, o Tull começa a despedir-se do som acústico para adentrar pouco tempo depois na era de suas produções sintetizadas.


Por  Paulo Cesar Gimenez VAz

Em 19 de março de 1971, a banda Jethro Tull lançava seu quarto álbum de estúdio chamado de Aqualung. apesar do desacordo da banda, Aqualung é considerado um álbum conceitual com um tema central da "distinção entre religião e Deus". As "reflexões sobre a fé e a religião" marcaram como "um dos álbuns mais cerebrais jamais alcançados por milhões de ouvintes de rock". O sucesso de Aqualung assinalou um ponto de viragem na carreira da banda, que passou a ser obrigatória em suas turnês. Gravado no estúdio de Island Records em Londres, foi seu primeiro álbum com John Evan como membro em tempo integral, seu primeiro com o novo baixista Jeffrey Hammond e o último álbum com Clive Bunker na bateria. O álbum apresenta mais material acústico do que nos lançamentos anteriores; E-inspirado por fotografias de pessoas desabrigadas no Thames Embankment tiradas pela esposa do cantor Ian Anderson , Jennie - contém uma série de temas recorrentes, abordando a religião juntamente com as experiências pessoais de Anderson. Aqualung vendeu mais de sete milhões de unidades em todo o mundo de acordo com Anderson, e é assim o álbum mais vendido de Jethro Tull. O álbum foi geralmente bem recebido criticamente, e tem sido incluído em várias revistas de música "best of". O álbum gerou dois singles, " Hymn 43 " e " Locomotive Breath "..


Nenhum comentário:

Postar um comentário